Como resultado da pandemia, muito se tem falado sobre as consequências do isolamento social. A economia, o comércio e as pequenas e médias empresas são significativamente afetadas, mas não nos podemos esquecer também das pessoas. A situação que vivemos pode afetar a nossa saúde mental devido ao isolamento, quebra de rotinas, ausência ou perda de trabalho e preocupações de saúde. Isto tudo aumenta os nossos níveis de ansiedade, pois estamos perante uma situação que nunca vivemos e sabemos que o futuro é incerto. Sabemos apenas que todos serão afetados por esta grave crise, uns mais outros menos.

1. Excesso de notícias

Um dos principais fatores que causam ansiedade é o excesso de informação. 

Ver constantemente notícias não é benéfico. Deveremos estar a par da atualidade e, sobretudo das informações dirigidas pela DGS e OMS, contudo, temos de conseguir dosear a informação que nos chega. Há também imensas notícias falsas a circular (fake news) e muitas outras de fontes duvidosas. 

Escolha uma altura do dia para ver notícias, por exemplo a hora do almoço ou hora do jantar e garanta que se trata de informação fidedigna. Não se atulhe de notícias. É bom estar informado e deveremos todos estar informados. Somos constantemente bombardeados por notícias em tempo real, mas o excesso provoca-nos a todos bastante ansiedade.

2. A importância da rotina

Se está em tele-trabalho mas mesmo assim tem dúvidas sobre como criar uma rotina, siga algumas dicas simples. Primeiro, é muito importante que estabeleça um horário para acordar (recorde-se de que não perderá tempo com a deslocação até o trabalho, portanto, pode até dormir um pouco mais).

O ideal é começar a sua rotina com um bom pequeno-almoço e não se esquecer de que ficar na cama e até trabalhar de pijama pode ser uma medida pouco produtiva. Procure vestir-se com roupas confortáveis e criar um ambiente agradável para realizar as suas atividades.

Se possível, procure fazer algum tipo de exercício físico. Pode fazer alongamentos ou Yoga se o espaço da sua casa permitir. Caso tenha um jardim, por exemplo, você pode aproveitar para fazer algum tipo de exercício aeróbico. Pode também vir à rua fazer uma caminhada ou corrida, desde que evite o contacto com outros e pratique o distanciamento social.

Procure alimentar-se bem ao longo do dia e não faça do home office uma desculpa para trabalhar mais horas do que o devido. Agora, mais do que nunca, é preciso aprender a encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, caso contrário, prejudicará a saúde mental.

3. Terapia online

Muitos pacientes e psicólogos já migraram as sessões de terapia do consultório presencial para os domicílios, com recurso às novas tecnologias. Esta é uma medida recomendada para evitar o contágio pelo novo coronavírus e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde mental.

Caso já faça terapia, não deixe de realizar as sessões por conta do isolamento. Converse com o seu psicólogo sobre a possibilidade da prática ser realizada online, pois isso é fundamental para que se mantenha saudável.

Por outro lado, se você ainda não fizer terapia e sentir que está com os níveis de ansiedade muito altos, essa pode ser a melhor hora para começar a pensar nisso. Procure plataformas online, que contam com diversos psicólogos disponíveis para atendimento de forma remota.

A terapia é uma grande aliada em diferentes momentos das nossas vidas e agora não poderia ser diferente. Um profissional especializado pode ser essencial para o ajudar a lidar com o medo e pânico excessivos, portanto, não hesite em procurar um psicólogo ao menor sinal de problemas.

4. Recurso à tecnologia

Por mais que o isolamento social seja muito frustrante, não podemos negar que vivemos uma era em que a tecnologia é capaz de ajudar (e muito) a superar este momento.

Consegue imaginar como as pessoas em isolamento se sentiam há anos atrás, sem WhatsApp, Instagram e Facebook para se comunicar com os amigos e familiares? Por mais que as mídias sociais causem sobrecarga de medo e pânico, elas também têm os seus benefícios.

Durante este difícil período, aproveite para estreitar laços com as pessoas que mais gosta.

A pandemia do coronavírus tem o poder de aflorar sentimentos de abandono e rejeição, portanto, é importante manter-se de alguma forma conectado às pessoas que você ama. Sem contar que é uma ótima maneira de se distrair e passar o tempo.

5. Fazer o que se gosta

Quantas vezes já reclamou de não ter tempo para fazer algo que gosta? Este é o momento certo para investir naquele hobby de pintar, desenhar, escrever, ler ou aprender a cozinhar.

Apesar das desvantagens do isolamento social, também é uma boa hora para esquecer as desculpas e começar a praticar atividades que se habituou a deixar de lado no dia-a-dia.

Já não existe mais a desculpa da falta de tempo, então desligue um pouco o telemóvel e a televisão e dedique-se a um hobby. Que tal aproveitar este momento para investir em tudo aquilo que gosta de fazer?

Além disso, com a internet, temos acesso a muitos conteúdos gratuitos. É possível assistir a aulas online, fazer cursos e realmente mergulhar numa nova paixão.

6. Meditação

Uma ferramenta valiosa e que já está no quotidiano de muitas pessoas deve receber ainda mais atenção agora. Praticar meditação é grátis e pode ser feita em qualquer lugar da sua casa.

Precisa apenas de se sentar numa posição confortável, fechar os olhos e não se prender a nenhum dos pensamentos que lhe ocorrerem. Caso nunca tenha praticado, a recomendação é utilizar aplicativos com meditações guiadas, que poderão ser úteis no começo. Algumas dicas são Insight Timer e a HeadSpace.

A meditação irá ajudar a diminuir os níveis de ansiedade e stress, além de ser benéfica para o fortalecimento do seu sistema imunológico. Afinal, quando a nossa mente está bem, o corpo fica mais forte também.

Nesse período de quarentena, a dica é fazer pelo menos uma meditação por dia, mas se quiser ir além, pode começar e finalizar o seu dia com pequenas meditações para ficar mais tranquilo.